Jardins, Largos e Praças
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Jardim 1.º de Maio
Na época do Estado Novo, este jardim tinha como nome Jardim Dr. Oliveira Salazar, após o 25 de abril passou a ser Jardim dos Paços do Concelho, atualmente Jardim 1.º de maio.
Este espaço foi, durante muitos anos, o local de encontro das pessoas da terra que para aqui vinham passear e nele tiveram lugar algumas festas e verbenas, bem como receções a ministros, presidentes da República e bispos, e manifestações populares, espontâneas ou organizadas.
O jardim era, inicialmente, constituído por três grandes canteiros relvados, com árvores e flores, além dos canteiros mais pequenos do topo norte e dos que ficavam ao correr dos edifícios da Câmara Municipal, dos correios e da casa do Dr. Armando Pires (hoje Novo Banco), havendo uma enorme superfície cimentada e sem obstáculos que era aproveitada para realização dos eventos referidos acima, passeios e cavaqueira. Ao fundo, havia uns degraus (que correspondiam a um antigo açude de moinho), que davam acesso à Rua Almeida Pessanha, onde funcionava uma Praça de Táxis e umas bombas de combustível. Assim foi durante meio século.
Com as obras dos anos noventa (1998), foram colocados repuxos, degraus, rampas, e uma pérgula. Mais tarde foram realizadas obras, tendo o repuxo que se encontrava no centro do jardim sido retirado. -
Largo da Maria da Fonte
Anteriormente chamado Largo do Cipreste, devido à árvore lendária que ali existia e que já era velha quando, em 1853, a sede de concelho passou de Chacim para Macedo. Como a alteração do concelho não foi no início bem aceite pelos habitantes de Chacim, que diziam que Macedo só seria vila quando o cipreste desse laranjas, aconteceu aparecerem os frutos na copa do cipreste, após o decreto que fez da aldeia uma vila.
Este nobre cipreste durou até aos finais do século XX, altura em que, por razões de segurança, foi substituído por outra árvore. A partir de então, o largo passou a chamar-se Largo da Maria da Fonte, nome dado pelo povo, pelo facto de ali existir uma escultura feminina, logo Maria, que deita água, logo da fonte.
A Escultura de mármore que está no pedestal, no meio do tanquezinho com peixes, é a segunda que ali está exposta, dado que a primeira teve de ser substituída em 1994 por deterioração da pedra. A primeira escultura veio para ali para fins meramente decorativos aquando do ajardinamento e arranjo urbanístico. -
Largo das Tílias
Largo que se encontra em frente ao portão da Casa da Revolta, no lado da via sul oposto ao das bombas de gasolina. O nome vem das tílias e plátanos que para aqui foram transplantadas da Praça das Eiras e das que existem junto ao portão da dita casa.
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Largo do Prado de Cavaleiros
Ou Praça da Central Elétrica, como era chamada nos finais dos anos vinte do século XX, pelo facto de ali existir uma central que produzia eletricidade a partir de um gerador, foi mandada construir pela Comissão Administrativa nomeada para Macedo de Cavaleiros pela Ditadura Militar de 28 maio, presidida pelo Dr. Frederico Falcão Machado, e esteve em funcionamento por mais de duas décadas.
Foi demolida no fim desta década para dar espaço à construção e arranjos urbanísticos do Lar da Terceira Idade, passando o espaço, então, a chamar-se Largo do Prado de Cavaleiros por causa do painel de azulejos com que foi embelezada a fonte situada neste local.
As obras que deram a esta praça a configuração que ela teve durante mais de meio século foram feitas durante os anos trinta, razão pelo qual a data 1934 está gravada nas escadas de pedra que lhe dão acesso a partir da Rua Fonte Paço. Aqui decorreram muitos acontecimentos sociais, nomeadamente arraiais, verbenas e festas populares. Episodicamente foi local de realização de feiras.
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Largo dos Segadores
Fica no espaço compreendido entre o Largo Manuel Pinto de Azevedo e o Jardim 1.º de maio.
Este largo constitui uma homenagem aos segadores que desenvolviam a sua atividade nos campos do concelho (que chegou a ser, nos anos quarenta, o segundo maior produtor de trigo, logo a seguir a Beja). Os segadores vinham em ranchos demandar trabalho e aguardavam, pela manhã cedo, a partir de meados do mês de junho, sentados pelos passeios e bancos da rua, o contrato dos lavradores e proprietários dos campos agrícolas. Eram oriundos da Galiza, Minho, Beiras, Douro e Trás-os-Montes.
As esculturas de bronze que estão neste largo, de autoria do escultor Hélder Carvalho, representam de facto estas gentes. -
Largo Manuel Pinto de Azevedo
Manuel Pinto de Azevedo foi um benemérito na história de Macedo e um dos homens a quem tanto a terra deve, já que, numa época em que os investimentos privados eram raros na província e em quase ninguém parecia apostar na vila de então, arriscou e empatou uma boa fatia da sua fortuna no concelho, tornando-o o epicentro das deslocações de qualquer ilustre forasteiro ou entidade politica que visitasse esta zona, antes e depois do 25 de abril.
Foi graças à construção da Estalagem do Caçador que o nome de Macedo deixou de ser apenas um ponto do mapa administrativo e passou a ser uma escala obrigatória para um sem número de figuras nacionais e internacionais.
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Praça Agostinho Valente
Também se chamou Praça Central. Agostinho Valente era farmacêutico, natural de Macedo. Viveu na casa (construída em 1868) que se situava na esquina onde funciona a Farmácia Central. Da família Valente fizeram parte vários indivíduos que se notabilizaram e que levaram o nome de Macedo a muitas partes do mundo.
Na década de vinte do século XX, o pavimento era de saibro e em calçada à portuguesa. No fim dos anos quarenta foi substituído por paralelepípedo de granito e, meio século depois, passou a ser o que é hoje.
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Praça das Eiras
Esta praça foi o espaço onde, durante mais de um século, se realizaram as feiras e mercados da vila, sendo que aqui também ficavam os correios e um dos estabelecimentos mais famosos da vila, até meados do seculo XX, o de João Vaz, mais conhecido como o João de Nogueirinha.
Ainda antes disso, o terreiro era de um chão de afloramentos de xisto aplanado para servir como eira para trabalhos relacionados com a cultura dos cereais e era propriedade dos Morgados de Macedo (Morgados de Oliveira) mas de utilização comum. Na sua localização, quase fora da localidade, no cruzamento com os caminhos de travanca (hoje Rua Gil Vicente) e dos Cortiços (Rua Pereira Charula), pontificava o velho cruzeiro de granito. Mais tarde, quase na passagem do século, 1885-1892, construiu-se uma fonte central em cantaria e ferro fundido e um tanque para os animais beberem.
Um coreto veio dar um ar cultural ao espaço, embelezado também com a plantação de plátanos e tílias, bem como com a construção de um muro em cantaria para elevar o caminho de Travanca, e umas escadas ao centro para servir de acesso ao piso da feira.
Neste espaço tiveram lugar muitos concertos de bandas de música e houve muitos arraiais e festas populares.
A praça mudou de configuração com a construção da Escola Primária, edifício monárquico de Adens Bermudes, datado de 1907.
Na década de noventa, a velha praça foi intervencionada, tendo sido construído o anfiteatro, o jardim, a fonte e o estacionamento. Nos dias que ocorrem a praça é local de eventos culturais na época de verão. De salientar também um inscrito em bronze um trecho de António Manuel Pires Cabral, escritor da terra.